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Conto II: não goza, cadela

Chovia há dias e o ar estava pesado e úmido, sinalizando mais chuva pela frente. Era final do inverno, mas o frio não dava trégua. Dentro de mim a calmaria finalmente se instalava. Foram dias difíceis de reflexão, adaptação e autoconhecimento. Sentia-me forte e preparada para enfrentar a submissão que tanto desejava. Exercitava o autocontrole emocional e o desapego das vaidades, que há muito me escravizavam. Mas apesar da serenidade que eu experimentava a saudade do Dono ainda apertava meu peito e deixava um gosto amargo na boca.

 – Respira. Um dia de cada vez – dizia Ele.

E assim passou o mês de reclusão. Um mês sem o toque do Dono em meu corpo, sem sua boca mordendo meus mamilos, sem suas mãos apertando minhas nádegas e me puxando de encontro ao seu pau latejante, de sua voz grave me chamando de cadela e ordenando que eu empinasse o rabo, sua pegada forte e sua seiva quente inundando meu interior. O celular interrompeu meus pensamentos e anunciou a mensagem Dele, como acontecia diariamente.

– Cadela, como está se sentindo hoje? Sempre muito cuidadoso com sua submissa. 

– Estou ótima, senhor. Respondi na esperança de ser chamada para servi-lo.

– Então receberá um pacote em breve. Siga fielmente às instruções. Se cuida. 

Não levou muito tempo para deixarem um pacote na portaria. Peguei o embrulho de papel pardo com meu nome escrito à caneta e meu coração acelerou de alegria e ansiedade. Subi até meu apartamento e rasguei o papel que envolvia o pacote. Nele encontrei uma capa de gabardine cinza escuro, longa, com um capuz e um bilhete com as seguintes  instruções: às 18h saia de casa e vá para o local indicado no verso deste papel. Esteja nua e descalça. Cubra-se apenas com esta capa, que a protegerá do frio. Um carro a aguardará na porta do prédio. Não atrase e, aconteça o que acontecer, mantenha-se absolutamente calada. Não admitirei palavras nem gemidos, só o silêncio total da cadela.

Na hora marcada desci e entrei no carro, que me aguardava na porta. Rodamos mais de 30 minutos até chegar ao local. Era um bairro afastado da cidade, haviam poucas casas naquela rua e muita vegetação. Já era noite quando chegamos. O motorista abriu a porta do carro e esperou eu chegar na soleira da porta da casa para partir. Fiquei olhando o carro sumir rua a fora e, quando virei, deparei com uma mulher nua usando apenas uma máscara que cobria todo o seu rosto. Ela pegou a minha mão e me conduziu até uma sala iluminada apenas por algumas velas, que deixavam o lugar na penumbra e mal se podia distinguir a mobília ao redor. No centro da sala havia uma banheira com água e espuma. Ao nos aproximarmos a mulher despiu-me e indicou a banheira. Ela também não podia falar. Ali eu me banhei com o auxílio da mulher a me esfregar e massagear. Ela passou a mão na minha buceta e lavou-a detalhadamente, puxou meu quadril pra cima e começou a lavar meu rabo. Introduzia o dedo indicador e girava delicadamente ao redor das pregas, depois pegou o chuveirinho e meteu vagarosamente no meu rabo, deixando a água lavar-me por dentro. Significava que o Dono iria usar meu rabinho. Após me secar fui conduzida até um divã de couro preto com correntes e algemas nas extremidades. Havia uma elevação no centro, na altura do quadril. Fui colocada de barriga para baixo, a cabeça encaixava numa abertura circular para acomodar meu rosto de maneira que eu enxergasse apenas o chão. Minhas mãos e pés foram presos pelas algemas e meu quadril ficou elevado deixando o rabo empinado. Senti alguma coisa gelada no meu cú e, em seguida, os dedos da mulher a massageá-lo. Ela introduzia um plug bem devagar, mexia com ele na entrada do rabo, metia e tirava e metia até que deixou-o lá dentro e saiu. Alguns minutos se passaram e ela voltou a mexer no meu rabo, mas agora o plug era maior. O ritual se repetiu algumas vezes e a cada retorno o plug aumentava. A minha sensação era de ter algo muito grosso no rabo, mas era gostoso e me dava muito tesão. Não sei quanto tempo passou, pois cheguei a cochilar. Acordei com a voz grave do Dono e chorei de alegria, meu coração acelerou e meu corpo amoleceu. Mesmo que eu quisesse não conseguiria me mexer, estava totalmente imobilizada. Ouvi um estalo e senti minhas nádegas arderem com o flogger que o Dono usava para me bater.

- Pensa que esqueci, cadela? Vais aprender a pensar antes de me prejudicar com seus atos impensados.

Ele batia e me xingava. – Vadia, puta, cadela...

Eu chorava de dor e de prazer. Ele estava ali,  estava me usando e era tudo o que eu mais queria. Minhas nádegas queimavam e minha buceta molhava de tesão.

– Cadela, vais apanhar mais um pouco por ter feito eu ficar tanto tempo sem poder te usar. Mais esse prejuízo, sua puta... vadia... cadela... putinha... minha putinha. 

Sua voz mudou de tom, havia carinho, desejo e saudade implícitos nos xingamentos. Ele alisou minhas nádegas, beijou-as por algum tempo, mexeu no plug e enfiou os dedos na buceta molhada. – Está prontinha a minha puta... louca pra dar o rabo pro Macho. Meteu o pau na buceta e ficou fodendo devagar e alternando com estocadas rápidas e vigorosas. Tirou o plug do rabo e sorriu satisfeito. – Bem larguinho... assim que eu gosto... um verdadeiro rabo de puta. Vou foder teu rabo agora, cadela. Não goze... estás proibida de gozar. 

Meteu o pau bem devagar na entrada do rabo e esfregava a cabecinha nas pregas alargadas pelos plugs. Tirava e metia me deixando louca e eu não podia emitir nenhum som, conforme as instruções contidas no bilhete. Tampouco podia gozar. Concentrei-me em não gozar, mas estava difícil segurar. Sentia ele meter a cabeça do pau e brincar na entrada do cú, depois socar fundo e forte e voltar a meter somente a cabecinha. Eu já não aguentava mais de tesão, queria gozar. – Não goza, cadela. E continuava a brincar com a cabeça do pau no meu rabo. Depois de algum tempo ouvi seu urro de prazer e a porra quente inundando meu rabo. Era sempre nesse momento que costumava gozar pela enésima vez... junto com o dono ao sentir sua seiva dentro de mim... um pouco do meu dono só pra mim, dentro de mim. Mas hoje eu não teria esse prazer.

– Hoje tu não vais gozar, cadela. Mas devo reconhecer que esse rabo está cada vez melhor. Se te comportares, nos veremos uma vez por semana... pelo menos.

Ouvi os passos Dele se afastando.


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